sábado, 16 de novembro de 2019

"Preservar a Mata do Planalto, em Belo Horizonte, se tornou uma necessid...







"Preservar a
Mata do Planalto, em Belo Horizonte, se tornou uma necessidade" (Frei
Gilvander).

CARTA
DE ENTIDADES SOCIOAMBIENTAIS DE BELO HORIZONTE EM APOIO À PRESERVAÇÃO INTEGRAL
DA MATA DO PLANALTO
Nós,
abaixo-assinados, representantes de entidades socioambientais de Belo Horizonte,
após encontro no dia 07/11/2019 com diversas lideranças de Belo Horizonte para
traçar novas deliberações em prol da Mata do Planalto, decidimos elaborar este
documento que divulgaremos para a população da Cidade e nos veículos de
comunicação, que tem o objetivo de cobrar das autoridades municipais,
Legislativo e Executivo, particularmente do prefeito de BH Alexandre Kalil,
urgência na preservação integral da área de mais de 200 mil m2, bioma de Mata
Atlântica, mais de 20 nascentes, que formam o Córrego Bacuraus e deságuam no
Rio das Velhas , com 68 espécies de pássaros, 78 espécies de árvores, com fauna
e flora na lista de extinção. As nascentes ajudam a compor o córrego Bacuraus,
um afluente do Ribeirão Isidoro, que alimenta o Rio das Velhas, uma das fontes
de captação de recursos hídricos que atende à população de Belo Horizonte.
A
Mata do Planalto é um patrimônio verde de BH, última área verde a ser
preservada, refúgio de animais, e herança que temos a responsabilidade de
garantir às futuras gerações. São 10 anos de luta dos moradores do entorno da
área contra a construção de um empreendimento , e que ganhou o apoio do
restante dos moradores da Cidade, de entidades como Ordem dos Advogados do
Brasil, Ministério Público, Defensoria Pública, Gesta – Grupo de Estudos de
Temáticas Ambientais da UFMG, Pastoral da Terra, alguns vereadores, Movimentos
ambientais e sociais (que subscritam este documento) e principalmente do
prefeito Alexandre Kalil, que prometeu desde a campanha eleitoral em outubro de
2017 e em encontro com lideranças em março de 2018, preservar integralmente a
Mata do Planalto.
Não
podemos admitir que em nossa Cidade as construtoras tenham prevalência sobre o
rumo e o uso da Cidade, porque todos têm direito a uma cidade humanizada. A
ótica da especulação imobiliária não pode prevalecer sobre os direitos da
população. O projeto da Construtora Direcional é construir 760 apartamentos,
duas torres de 17 andares, 1300 vagas de garagem, em cima de nascentes, mata e
animais, sem respeitar os anseios da população. O projeto de especulação
imobiliária avançou sobre a Região Norte e a cidade não é mercadoria.
A
Mata do Planalto é um oásis, onde vivem inúmeras espécies de pássaros, répteis,
mamíferos como Micro Estrela, gambás e camundongos. A fauna forma corredor
ecológico com a Lagoa do Nado e o Parque Lareira. A existência de áreas verdes
organizadas em meio à malha urbana é importante para formar corredores que
conectam os ambientes, promovendo assim a circulação de animais e a dispersão
de frutos e sementes. Em Belo Horizonte, a Mata do Isidoro, a Mata do Planalto
e a área de Proteção Ambiental (APA) Fazenda capitão Eduardo compõem corredores
essenciais para o deslocamento da ave tucanuçu (tucano grande), um dos
principais vetores de disseminação de sementes na região Norte da cidade.
A
cidade que já foi conhecida como Cidade Jardim, e recebeu na gestão anterior, o
título de melhor capital e a segunda melhor cidade do Brasil para se viver,
estaria sistematicamente destruindo suas áreas verdes e beneficiando a atuação
de construtoras e grupos imobiliários. Além da destruição das nascentes,
preocupações com a crescente impermeabilização do solo, as alterações do
microclima, a perda da biodiversidade, da qualidade e vida na cidade, os
impactos vários devidos às vias já congestionadas na região.
O
Ministério Público apresentou um estudo técnico que revela que a Mata do
Planalto é bioma de Mata Atlântica, protegido por lei, tem cursos d´águas,
represas, abriga fauna e flora diversa e constitui uma ilha verde numa região
densamente ocupada por construções e pavimentada. De acordo com o Ministério
Público, a Mata do Planalto tem papel essencial para purificar o ar, melhorar o
microclima, amortecer ruídos e drenar águas pluviais.
O
Plano Diretor também não garantiu cem por cento a preservação da Mata e depois
de quase dois anos da promessa do Kalil, nenhuma proposta concreta ainda foi
apresentada. Nos preocupa sobremaneira as eleições em 2020 e cujas relações
políticas futuras podem não ser favoráveis para o Movimento Salve a Mata do
Planalto.
Belo
Horizonte, 13 de novembro de 2019

*Filmagem:
frei Moacyr Nascimento. 16/11/2019.
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